Cultura e inclusão social na terceira idade

 

Projetos culturais e sociais procuram valorizar idoso e reconhecê-lo como sujeito

 

 

O Brasil possui atualmente cerca de 19 milhões de cidadãos com mais de 60 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2025 o número de brasileiros nessa faixa etária estará em torno de 32 milhões de pessoas.

 

As pesquisas demonstram ainda que o atual perfil do idoso mudou muito, eles estão mais preocupados com questões como saúde, bem estar, qualidade de vida, inclusão social, participação em movimentos e manifestações culturais. Visando esse mercado promissor, várias empresas se especializaram em produtos e serviços direcionados para esse público.

 

Aliás, de acordo com estudo desenvolvido pela psicóloga Ana Maria Nogueira Pastor, “Os idosos que se preocupam com uma qualidade de vida são mais saudáveis, dinâmicos, alegres, tomam menos medicamentos, ao contrário dos idosos que estão internos em asilos. Esses já apresentam um declínio no quadro clínico, estão limitados no espaço físico e na participação social, o que os impossibilita de terem uma vida social saudável e ativa.”

 

Visando essa melhoria na qualidade de vida é cada vez maior o número de pessoas na terceira idade que se interessam por participar de eventos ou manifestações culturais. Segundo a antropologa, Maria Cristina Leite, “Criar e apoiar o desenvolvimento de projetos culturais  direcionados à pessoa idosa é muito bom, uma vez que isso valoriza e favorece a transmissão de conhecimentos e experiência, além de  contribuir para o reconhecimento da importância da pessoa idosa como sujeito que possui conhecimento a ser transmitido aos outros.”

 

São vários os projetos que buscam integrar e valorizar o idoso na sociedade brasileira. A antropologa Cristina Leite citou “O Talentos da Maturidade”, promovido por uma instituição financeira. Esse projeto, segundo informações da instituição procura divulgar as histórias das pessoas que já passaram dos 60 anos e transformá-los em agentes sociais. Em Belo Horizonte, o grupo Meninas de Sinhá procura resgatar a auto-estima de senhoras de uma comunidade pobre da zona leste da cidade, através da cultura”, frisou.

 

Ainda, na capital mineira são diversos os cursos de artes, clubes de terceira idade e academias voltadas apenas para os maiores de 60 anos. Algumas, inclusive, criaram cursos universitários para atender a essa nova demanda.

 

São muitas e boas as iniciativas de inclusão e valorização do idoso na sociedade. No entanto, ainda não são suficientes. Inclusive, a antropologa Cristina Leite, faz um alerta: “Muitos projetos para as Terceira Idade soam artificiais, quando trabalham com o termo “Melhor Idade”, que mascara a real situação do idoso na sociedade. Não é criando expressões politicamente corretas que vamos mudar algo. Ser velho no Brasil é difícil, principalmente quando se é pobre.”